terça-feira, 8 de novembro de 2011

Máquina do tempo

Eu vivia viajando em voltar no tempo e impedir uma grande tragédia. Ficava pensando em algum fato com impacto suficiente pra mudar o nosso presente. Agora essa ideia de salvar o mundo, ou uma parte dele, tá meio de lado.

O que eu queria mesmo era voltar ao ano 2000 com as músicas do Is this it na cabeça, montar uma banda e dizer que são minhas. Pilantragem, né?

Pra compensar meu maucaratismo eu faria uma ligação anônima para a gerência do Word Trade Center. No dia 11 de setembro de 2001 avisaria que tem bombas espalhadas no conjunto inteiro. Ia salvar as pessoas nos prédios. Por que eu não diria a verdade? Porque ia estragar o show dos aviões, aquilo foi fishtaile demais!



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Que número sou eu?


No ano que nasci devia haver alguns bilhões a menos. Hoje, exatamente hoje, a ONU calcula que chegamos a 7 bilhões de pessoas. Lembro bem quando foram anunciados os 6 bilhões, eu andava com ideias muito nazistas de exterminar pessoas para haver mais espaço e natureza no mundo. Não durou muito. Comecei a ler sobre demografia e controle populacional e concluí que a humanidade vai encontrar seu freio. Não é preciso um vilão para isso.

Se o homem não encontrar seu freio populacional é a natureza que lhe freia. Antes que isso aconteça muita gente tem tomado suas próprias atitudes para diminuir o baby boom em que estamos desde os anos 50.

Eu nasci num baby boom do Brasil. Devo ser a pessoa número 4 bilhões e pouquinho.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Frevo e Axé

Nos anos 50 o frevo era praticamente o ritmo oficial do carnaval do Nordeste. Havia bandas de frevo de Fortaleza a Salvador. O frevo é um ritmo brasileiro e, como tal, tomava todos os espaços em que cabia. O frevo é quente, empolgante, popular e ao mesmo tempo, musicalmente sofisticado. Isso continuou nas décadas seguintes, mas nos anos 70 houve um movimento de resistência dos "donos do frevo".

Acontece que na Bahia, dois baianos sem compromisso e o endiabrado Armandinho começaram a tocar frevo com guitarra. O trio elétrico de Dodô e Osmar era chamado assim não pelos Watts consumidos, mas pelo "frevo eletrizante" que tocava. Notas amplificadas pela natureza do instrumento, pelos alto-falantes de corneta.











Os baianos ficaram bons nisso. Começaram a existir clássicos do frevo elétrico, bem diferentes do frevo pernambucano.
Confere aqui:


A guitarra deixou o frevo mais acelerado, mais vibrante e mais simples em arranjos. Apesar de exigir mais virtuosismo do guitarrista. Não é à toa que Armandinho, Pepeu e Robertinho do Recife são apontados, até hoje, entre os maiores guitarristas do Brasil.

Junto estava Moraes Moreira, um cara que tem uma habilidade de fazer melodias lindas e simples (Acabou chorare, Lá vem o Brasil) e que compôs muitos frevos com sotaque baiano. Composição de Moraes:


Caetano Veloso também fez muitos frevos e entre eles o clássico Chuva Suor e Cerveja.

O carnaval da Bahia tinha muito frevo e o axé do afoxé. Tinha samba e carnaval de salão. Enquanto isso, em Pernambuco, os bailinhos tocavam cada vez mais frevo baiano. Eram empolgantes, envolventes e diferentes, por que não?

"Não é assim que se faz"
"Isso foge da tradição",
"Frevo mesmo se faz com metais"
"Porque o frevo é pernambucano"

Os pernambucanos usaram vários argumentos históricos para provar que o frevo nasceu lá. Nasceu mesmo, tem um pouco dessa história aqui. Mas o frevo já tinha tomado o Brasil, tinha Elba Ramalho, paraibana, como uma de suas melhores intérpretes, Gal cantava, Amelinha, Sivuca, o MPB4 cantou frevo no festival de 67. Precisava mesmo dizer "a bola é minha"?

Criou um climão constrangedor. Os baianos ficaram sem graça de fazer frevo. O ritmo se fortaleceu em Pernambuco mas perdeu força em outros estados. Com sentimentos tão possessivos em relação ao frevo ninguém mais quis discutir.

Armandinho ainda fez um bom disco instrumental de frevo, mas era coisa pra músico ouvir e admirar o performista. O frevo minguou na Bahia, mas baiano é carnaval, não ia ficar muito tempo na fossa.

Volta por cima

Não sei se dá pra chamar de volta por cima, mas foi uma saída. Apareceu Luiz Caldas dançando um tal de fricote. Depois o Chiclete com Banana com uma levada parecida, a banda Reflexus da África buscando a consciência das raizes africanas da baianidade Nagô (parece que isso é balela, entre as etinias africanas na Bahia não tem a Nagô). Aí veio o Olodum e a Timbalada...

De forma simplificada pode-se dizer que o axé-music foi uma reação cultural à negação do frevo como um direito baiano. Pois é, a culpa é de Pernambuco.

Ficamos sem frevos baianos. No carnaval do Recife faz 30 anos que as bandinhas tocam "Morena tropicana", não há renovação do repertório. Valoriza-se tanto a tradição do frevo que o ritmo corre o risco de ser apenas um retrato do passado. Como diz Paulinho da Viola, meu tempo é hoje. Tudo bem falar dos saudosos carnavais, mas onde estão os frevos novos, as composições, as inovações?

Podaram os baianos de um jeito que Pernambuco não tem pra onde inovar. Vale lembrar que no ano de 67 houve a caretíssima passeata contra a guitarra da qual participaram muitos artistas modernos da época. Todos nós estamos sujeitos à caretice.

Mas ouvindo bem, acho que ainda sobrou alguma coisa de frevo no coração do baiano. Ou alguém vai me dizer que isso não é um frevo de bloco?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Reforma política

Eu tenho uma proposta bem simples. Um questionário pode mostrar quais as suas posturas políticas. Com o resultado do teste o indivíduo seria direcionado para determinado partido. Com isso não serão as panelinhas de amizade que definirão com quem você anda, mas o conceito que você tem de Estado, sociedade, justiça...

Se você quer servir ao país possivelmente se aproxima de um desses conjuntos de ideologias e conceitos. Se houver novas idéias, diferentes o suficiente para serem consideradas um novo partido é somente apresentar a descição ideológica por escrito.

Os partidos podem ser, da esquerda para a direita:

Partido Comunista: Acredita que o Estado deve ser o único detentor dos meios de produção. Terra, indústria, lojas de distribuição... Atualmente não existe no Brasil.

Partido Trabalhista: Defende os direitos do operariado, assimila alguns conceitos comunistas mas sem defender o comunismo. Entende o Estado como regulador e incentivador da iniciativa privada, mas também o provedor de direitos. (Pode alternar posição com o ecologista)

Partido Ecologista: Meio ambiente, justiça social, racionalizar recursos, igualdade entre os sexos e direitos sobre o próprio corpo são conceitos comuns a esse grupo. (Pode alternar posição com o trabalhista)

Partido Liberal: O Estado deve ser pequeno, um regulador e incentivador do desenvolvimento.
O governo deve ser forte apenas na garantia dos direitos individuais. Assim cada um pode buscar suas condições de crescimento.

Partido Cristão: Os costumes cristãos devem ser seguidos pelos gestores públicos assim como na comunidade da igreja.

Partido Tradicionalista: A pátria, a família e a propriedade devem ser respeitadas acima de tudo.

Vamos a um exemplo de questionário, esse voltado para o tema homossexualidade:

Homossexualidade é um desvio da conduta e pode ser revertido com oração e devoção a Deus.
( ) SIM ( )NÃO
Homossexualidade é um desvio de conduta que pode ser revertido com tratamento médico e psicológico.
( ) SIM ( )NÃO
Não tenho nada contra homossexuais desde que não mexam comigo.
( ) SIM ( )NÃO
Os homossexuais tem direitos, desde que respeitem os lugares públicos.
( ) SIM ( )NÃO
Homossexuais têm direitos iguais a heterossexuais.
( ) SIM ( )NÃO