terça-feira, 31 de agosto de 2010

Reforma política


Você já leu aqui sobre o fim dos cargos do legislativo no post sobre Legislativo Direto. Depois dessa reforma implantada vamos à outra, menos impactante, mas igualmente importante.

A eleição a cada dois anos nos toma tempo de ações administrativas, entorpece o cidadão para ver os problemas reais. Podemos ter eleições a cada 5 anos, sem reeleição.

Dessa forma, a cada ano múltiplo de 5 (2015, 2020, 2025) teríamos eleição para prefeito, governador, presidente e talvês para 2 senadores (o senado pode fazer sentido com novas funções). É apenas com esses cargos que precisamos nos preocupar e vigiar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Já é sábado nas ilhas Fiji

Não é uma ilha do Pacífico mas o Barrancos Bar pode servir pra refrescar e comemorar um dia com menos fumaça.

Conheça as ilhas do Pacífico enquanto existem, porque os GEE emitidos pelo Brasil irão acelerar o degelo.

Sófter Livre

Como diz Gilberto Gil, o Sófter Livre é uma revolução cultural. A cultura aqui está nos meios de produção, não somente na arte, como o censo comum está acostumado pensar. O software livre aumenta seu público usuário à medida que aperfeiçoam-se suas ferramentas e sua usabilidade.

Mas tem um quê ideológico aí. Na verdade tem ideologia em tudo, recentemente as pessoas começaram a acusar um oponente de ideológico para desqualificar seus argumentos. Pensando ideologicamente você não enxerga os fatos como são, mas filtrados pela lente ideológica.

O que tem de ideológico no software livre?

Imagine um bando de gente trabalhando junto, sem chefe e sem salário. Como podem trabalhar juntos? O que dá a liga? O desafio.

Agora imagine que esse bando de gente trabalha junto mas à distância. Estão desenvolvendo ferramentas, mudando linhas de programação, formas de botões, as vezes, só deixando mais bonitinho. Se você abrir a ficha do programa vai ver que alguns tem dezenas de programadores.

O mesmo problema que o Quadrisônico mostrou com Maurício de Souza acontece no mundo dos programadores. Quem recebem os créditos são as empresas. Quando você reporta um problema esse bug será convertido numa nova versão, sem o problema que você ajudou a identificar. Mas você terá que pagar pela nova versão.

Eu uso Linux por isso, porque tem uma lógica de produção generosa e colaborativa. Porque é de graça e é legal (na lei). Porque dissemino essa cultura de conhecimento livre.

Numa busca rápida você encontra uma dúzia de tutoriais e mais uma dúzia de fóruns sobre soluções.

Eu uso ideologicamente. Já Rui Ogawa, samurai em TI livre, tem seu slogan pronto: "Por que Linux? Porque funciona!" Nessa ideia equivocada de ideologia, quando alguém é ecologista é ideológico, quando é "desenvolvimentista" é neutro?


Ubuntu e suas janelas gelatinosas, 4 áreas de trabalho em cubo

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O dia mais triste em Mato Grosso


Foto de Gustavo Nascimento


Trabalho numa organização que monitora o desmatamento e propõe alternativas a esse mal. Estou sempre trabalhando com dados para colaborar com o objetivo, mas hoje, com o céu mais cinza que já vi na vida, o que sinto é mais forte que os números.

O cinza é de fumaça, esconde o sol e deixa o ar, que já é seco nessa época, mais pesado e desagradável. As queimadas são uma vergonha, são reflexo do desrespeito à natureza e à coletividade. São mostras de subdesenvolvimento e ignorância.

Hoje o sol mal tocou o chão. Laranja, fraco, aquece o ar mas não queima a pele. Dia triste.

O Brasil, em plena discussão sobre aquecimento global, aumenta as emissões de gases do efeito estufa. Os deputados governistas apoiam as mudanças no Código Florestal em defesa das oligarquias rurais. O chefe da insanidade é do Partido Comunista e defende o direito dos latifundiários de destruir mais do que já destroem.

Incentivados pela federação de agricultura do estado os proprietários rurais se viram à vontade para continuar derrubando o pouco que ainda restava nas suas terras. Afinal de contas o novo código permite. Nem está aprovado e já agem como se estivessem dentro da lei.

O desmatamento com fogo é o mais covarde, mata animais rápidos e lentos, árvores adultas e jovens. Destrói casas, cercas, mata o gado. É um inferno. O inferno do egoísmo, do foda-se.

A lua cheia de hoje é a lua mais triste que já vi na vida.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Já é sábado nas ilhas Marianas

O planeta tem todas as horas.
Ainda é minha hora de editar textos infinitos.
Gabriela Magalhães ainda está atendendo clientes esquisitos.
Giselle Marques está dando aula para 30 Calvins.
Bruno Castro está medindo carbono acumulado no meio da floresta.

Ninguém que eu conheça está no sábado ainda, nem nas ilhas Marianas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Minha moto invisível

Sonhei essa noite que pilotava uma moto invisível. Não era somente invisível, era uma moto movida a pensamento. Era preciso acreditar nela para ela existir.

As vezes sonho voando. Quando vôo dou razantes. Flutuo próximo aos telhados e preciso dar empulso para me deslocar. Voar nos sonhos é parecido com nadar, tem um esforço físico e alguma habilidade corporal. Mas pra voar nos sonhos também tem que ter fé. Não fé no místico, fé no seu poder de voar.

Nesse sonho da moto eu estava com muito poder, muito confiante. Tanto que sobrava força na moto pra levar mais uma pessoa. Dei carona a um cara (não sei quem era) por uns dois quilômetros.

Essa viagem tem uma inspiração de infância.
















O Urso do Cabelo Duro

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A internet da patroa

No fim de semana passado na casa da minha esposa vi que a internet dela é muito melhor do que a minha.

Pequena pausa de reflexão.
Duas coisas estranhas na mesma frase: "minha esposa" e a casa dela não é a minha casa. Eu não acreditaria nisso se em 2005 uma cigana me dissesse que 2010 seria assim.

Continuando.
Ela consegue baixar filmes e conversar com webcam. Eu tenho que sair do Gmail pra ver um vídeo no Youtube! E depois de muita espera.
Concluí que eu não tenho internet, eu tenho um canal de sms.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Debate morno

Um resumão do primeiro debate dos presidenciáveis de 2010. Quem cantou a bola foi Diguilin:

Serra - se mostrou direitista careta e manipulador da verdade. Tem dados e conhecimento do governo, mas é a favor da concentração de renda claramente.
Marina - buscando valorizar as propostas e o debate ético, ficou "Poliana" como disse Plínio. Sem apontar fraquezas dos adversários não conseguiu destaque.
Dilma - nervosa, sem habilidade oral, desenvolvimentista no modelo antigo. Disse que a diversidade é aceitável, inclusive do tamanho das propriedades. Para ela diversidade é o mesmo que desigualdade.
Plínio - o candidato que apareceu melhor. Principalmente porque não aparecia nem na mídia nem nas conversas de rua como opção. Aproveitou bem batendo em todos, mas se mostrou também comunistinha simplista culpando o capitalismo por tudo, até pelos danos ambientais.

Vale lembrar que não é por ser de esquerda que alguém será mais ecologicamente correto. O governo Fernando Henrique criou mais Terras Indígenas que Lula. O pico de desmatamento foi no governo Lula. Os soviéticos causaram desastres ambientais de grandes proporções na busca do desenvolvimento sem limite. Hugo Chaves extimula o uso do petróleo na Venezuela.

Enquanto isso, Schwarzenegger, governador da Califórnia pelo Partido Republicano (o mais à direira), criou mecanismos de redução de emissões de carbono e quer investir na conservação de florestas no Brasil.

O meio ambiente é emergencial como a saúde ou a educação. Pensar em cuidar de um primeiro que do outro vai nos fazer perder biodiversidade pra sempre.

Pro debate ficar bom precisam ser mais agressivos.