terça-feira, 18 de maio de 2010

Geopolítica I


No fim de semana passado presenciamos um fenomenal acordo entre Brasil, Turquia e Irã. Um acordo que satisfaz a ONU e, teoricamente, deveria satisfazer os Estadosunidos.

Recapitulando
Ninguém gostava do jeito dos Estadusunidos interferirem na política mundial (Vietnã década de 60, Irã x Iraque, 70; Honduras 80, Kwait 90). Na última década eles levaram um dedo no olho (11 de setembro) e declararam guerra ao terror. Isso significa o que? Que iriam atacar o Eta, da Espanha? O Ira, da Irlanda? O cartel de Medelim na Colômbia?
Não, invadiram o Afeganistão, que desde que a Russia se desmanchou ficou sem "dono". Sem dono mas com petróleo. O mundo todo tava apoiando, tava levando vantagem. Aí os yankees inventaram de invadir o Iraque e conseguiram. Com apoio da Europa toda.

Vale lembrar que estava na presidência dos Estadusunidos o presidente mais estúpido que já pisou na ONU: Bush Jr.

Desde lá, vendo que o menino mimado conseguiu tudo que queria ao chegar à presidência, o país começou a implicar com o Irã. Implicou também com o Brasil que está enriquecendo urânio com tecnologias próprias. Mas o Brasil disse que era implicância boba, que cumpria regras, sempre cumpriu e deixassem a gente trabalhar em paz.

Mas o Irã disse que as inspeções eram invasivas, que os Estadosunidos estavam mais uma vez procurando desculpa para interferir em países livres e que eram manifestações demoníacas. Isso somado às limitações de liberdade feminina, de imprensa, à guerra Irã x Iraque... pronto, estava se montando a invasão ao Irã. Tudo ia se repetir.

Hugo Chaves
O malquisto presidente venezuelano (malquisto pela mídia da América Latina) já tinha apontado o caminho. O mundo Islâmico e a América Latina precisavam se unir porque são ameaçados constantemente pelo império do século XX.

Mas o Chaves estava com menos moral no mundo da diplomacia do que reprise do Chaves (El Chavo). Enquanto isso o Brasil e Lula cresciam como referência em energia renovável e soluções econômicas que desprezavam as recomendações do FMI. O Brasil estava encontrando o caminho sozinho.

Alternativa
No meio de ameaças externas e conflitos internos o baixinho do Armadinejad encontrou a mão amiga de Lula. Simplificando, Lula disse: converse com a gente que se houver diálogo já suspendemos hostilidades. A conversa foi boa e muito do que o Irã tinha se recusado a cumprir decidiu aceitar.

O Irã não estava mais sob as asas da Russia, estava arisco com os Estadusunidos e botando lenha na fogueira com Israel. Agora que não ofende a ninguém mais os argumentos de invasão do Irã não colam mais. Os Estadusunidos estavam somente esperando reduzir os gastos com o Iraque pra uma aprovação de invasão no Irã. Não se enganem, o bom moço do Obama está operando uma política internacional que já está traçada.

Ao final, vimos um acordo político que pode evitar uma guerra, realizado sem a presença de grandes potências, com países periféricos que deram um passo perceptível ao centro. Iniciativa de quem? Lula e sua equipe diplomática.

Virada
No momento a Europa tentava se levantar da crise econômica (de fato foi só uma marolinha aqui). Agora uma nova crise, cujo epicentro se deu na Grécia, balança todo o barco da CE. O desemprego na Europa está nos níveis de desemprego do governo FHC. A Europa não sabe governar sob condições adversas e não está fazendo o que precisava fazer.

Enquanto isso o Brasil se torna um negociador internacional de grande importância e financiador internacional. O risco agora é deixar de ser oprimido e ser um opressor.

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